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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

AQUELES DIAS SEM FIM...©

Quando os primeiros raios do sol de verão cala a madrugada. Acalento a esperança de uma nova fatia daquele que é chamado Dia. Dia! Que Dia? Sem a noite..., ele não existiria. Novo Dia, nova vida. Vivendo como se o romper da aurora marcasse o que ficou para trás. E apontasse um novo horizonte a frente. Histórias e estórias vão sendo registradas inocentemente como uma criança. Umas reais outras imaginárias. No livro chamado existência. Em cada momento, novas realizações. Decepções, conquistas e frustrações. Existências e desistências!! Posso voltar ao passado e viajar no futuro. Pelo meio do tempo racional subjetivo e reflexivo. Por vezes sinto-me vazio nesse imenso universo. Emaranhado por crenças; ambições; sonhos; superstições; lembranças; desejos; esperanças... Sinto saudade do desconhecido, do futuro, da ação não realizada. Da inocência e da pureza da infância... Sinto temor da imensidão do vazio. Esquadrinho um refúgio nas noites frias de inverno e não encontro. Eu anseio ser você naquelas horas em que só você pode ser você. Quando ouço o lamento de uma volição. Alimento-me dos sonhos. Percorro o passado. Remexendo na memória e aflorando lembranças balsâmicas. Elas misturam-se confundindo a mente. Desejo e anseio se avolumam no meu ser. Desabrochando em ações metamórficas. No moinho gigante da essência humana. Tão graciosas quanto os dias de outono. Acredito em liberdade! Que sou livre! Mas vivo escravizado a uma razão até então desconhecida. Dia após Dia durante toda uma vida. "Liberdade louca!!". Dias vem e Dias se vão. Passeando em ilusões e expectativas. E ainda assim, permaneço aqui! Aprisionado no mais perfeito presente que a vida me proporciona. O agora! O estar ali! O presente! Por este caminho sem fim. Carregado de limites e possibilidades. Percorrem sentimentos múltiplos e distintos. Num movimento cíclico linear ascendente. Enquanto isso... A brisa suave da primavera carrega sons aromáticos. Perdidas em um entardecer tragado lentamente pelo impiedoso crepúsculo. Assim, vivo Dia após Dia! Entre esse abraço antropofágico infinito, e o nascimento de infindas verdades... Prescritas e proscritas no Grande Livro da minha existência. Ulisses Pavinič

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