Filosofia Religião Arte Ciência
Difusor de opiniões sobre os temas em questão e a relação entre eles na humanidade, desde tempos atávicos até a sociedade pós moderna.
domingo, 7 de fevereiro de 2021
Ré Visões ©
sábado, 30 de janeiro de 2021
A FERA E A LUZ ©
terça-feira, 5 de janeiro de 2021
PAZ EM MOVIMENTO ©
terça-feira, 18 de fevereiro de 2020
O NADA É TUDO ©
quinta-feira, 30 de janeiro de 2020
Filosofia de Aristóteles ©
A Política
PERÍODO INTERMEDIÁRIO DA EVOLUÇÃO SOCIETÁRIA ©
A Ontologia de Aristóteles ©
A reflexão critica sobre o caráter próprio da filosofia primeira
O primeiro princípio
Estrutura cientifica e analise dos princípios da filosofia primeira
Procura da substância
Descoberta do ser em ato
Propriedades de o-que-é enquanto ser: o uno
A Metafísica
A metafísica aristotélica é "a ciência do ser como ser, ou dos princípios e das causas do ser e de seus atributos essenciais". Ela abrange ainda o ser imóvel e incorpóreo, princípio dos movimentos e das formas do mundo, bem como o mundo mutável e material, mas em seus aspectos universais e necessários. A metafísica especial tem esta como objeto o mundo que - vem-a-ser - natureza e homem - e culmina no que não pode - vir-a-ser - isto é, Deus. As quatro as questões gerais da metafísica aristotélica são: 1.potência e ato; 2.matéria e forma; 3.particular e universal; 4.movido e motor.
A primeira e a última abraçam todo o ser, a segunda e a terceira todo o ser em que está presente a matéria.
I. A doutrina da potência e do ato é fundamental na metafísica aristotélica: potência significa possibilidade, capacidade de ser, não-ser atual; e ato significa realidade, perfeição, ser efetivo. Todo ser, que não seja o Ser perfeitíssimo, é, portanto uma síntese - um sínolo - de potência e de ato, em diversas proporções, conforme o grau de perfeição, de realidade dos vários seres. Um ser desenvolve-se, aperfeiçoa-se, passando da potência ao ato; esta passagem da potência ao ato é atualização de uma possibilidade, de uma potencialidade anterior. Esta doutrina fundamental da potência e do ato é aplicada - e desenvolvida - por Aristóteles especialmente quando da doutrina da matéria e da forma, que representam a potência e o ato no mundo, na natureza em que vivemos.
II. Aristóteles não nega o vir-a-ser de Heráclito, nem o ser de Parmênides, mas une-os em uma síntese conclusiva, já iniciada pelos últimos pré-socráticos e grandemente aperfeiçoada por Demócrito e Platão. Segundo Aristóteles, a mudança, que é intuitiva, pressupõe uma realidade imutável, que é de duas espécies. Um substrato comum, elemento imutável da mudança, em que a mudança se realiza; e as determinações que se realizam neste substrato, a essência, a natureza que ele assume. O primeiro elemento é chamado matéria (prima), o segundo forma (substancial). O primeiro é potência, possibilidade de assumir várias formas, imperfeição; o segundo é atualidade realizadora, especificadora da matéria, perfeição. A síntese - o sínolo - da matéria e da forma constitui a substância, e esta, por sua vez, é o substrato imutável, em que se sucedem os acidentes, as qualidades acidentais. A mudança, portanto, consiste ou na sucessão de várias formas na mesma essência, forma concretizada da matéria, que constitui precisamente a substância.
A matéria sem forma, a pura matéria, chamada matéria-prima, é um mero possível, não existe por si, é um absolutamente interminado, em que a forma introduz as determinações. A matéria aristotélica, porém, não é o puro não-ser de Platão, mero princípio de decadência, pois ela é também condição indispensável para concretizar a forma, ingrediente necessário para a existência da realidade material, causa concomitante de todos os seres reais.
Então não existe, propriamente, a forma sem a matéria, ainda que a forma seja princípio de atuação e determinação da própria matéria. Com respeito à matéria, a forma é, portanto, princípio de ordem e finalidade, racional, inteligível. Diversamente da idéia platônica, a forma aristotélica não é separada da matéria, e sim imanente e operante nela. Ao contrário, as formas aristotélicas são universais, imutáveis, eternas, como as idéias platônicas.
Os elementos constitutivos da realidade são, portanto, a forma e a matéria. A realidade, porém, é composta de indivíduos, substâncias, que são uma síntese - um sínolo - de matéria e forma. Por conseqüência, estes dois princípios não são suficientes para explicar o surgir dos indivíduos e das substâncias que não podem ser atuados - bem como a matéria não pode ser atuada - a não ser por um outro indivíduo, isto é, por uma substância em ato. Daí a necessidade de um terceiro princípio, a causa eficiente, para poder explicar a realidade efetiva das coisas. A causa eficiente, por sua vez, deve operar para um fim, que é precisamente a síntese da forma e da matéria, produzindo esta síntese o indivíduo. Daí uma quarta causa, a causa final, que dirige a causa eficiente para a atualização da matéria mediante a forma.
III. Mediante a doutrina da matéria e da forma, Aristóteles explica o indivíduo, a substância física, a única realidade efetiva no mundo, que é precisamente síntese - sínolo - de matéria e de forma. A essência - igual em todos os indivíduos de uma mesma espécie - deriva da forma; a individualidade, pela qual toda substância é original e se diferencia de todas as demais, depende da matéria. O indivíduo é, portanto, potência realizada, matéria enformada, universal particularizado. Mediante esta doutrina é explicado o problema do universal e do particular, que tanto atormenta Platão; Aristóteles faz o primeiro - a idéia - imanente no segundo - a matéria, depois de ter eficazmente criticado o dualismo platônico, que fazia os dois elementos transcendentes e exteriores um ao outro.
IV. Da relação entre a potência e o ato, entre a matéria e a forma, surge o movimento, a mudança, o vir-a-ser, a que é submetido tudo que tem matéria, potência. A mudança é, portanto, a realização do possível. Esta realização do possível, porém, pode ser levada a efeito unicamente por um ser que já está em ato, que possui já o que a coisa movida deve vir-a-ser, visto ser impossível que o menos produza o mais, o imperfeito o perfeito, a potência o ato, mas vice-versa. Mesmo que um ser se mova a si mesmo, aquilo que move deve ser diverso daquilo que é movido, deve ser composto de um motor e de uma coisa movida. Por exemplo, a alma é que move o corpo. O motor pode ser unicamente ato, forma; a coisa movida - enquanto tal - pode ser unicamente potência, matéria. Eis a grande doutrina aristotélica do motor e da coisa movida, doutrina que culmina no motor primeiro, absolutamente imóvel, ato puro, isto é, Deus.
quarta-feira, 29 de janeiro de 2020
MeccaDonald's: O antiamericanismo antropofágico. É isso aí! ©
A Obra de Arte ©
Estética Filosófica
Ulisses da Silva Santana
A obra de arte de Stephane FerretQuais são os critérios usados pelo autor para defender a tese?
Como o autor argumenta esses critérios?
Quais as resposta que o autor dá a respeito da obra de arte?
No texto A Obra de Arte o autor Stephane Ferret, levanta duas questões; O que é obra de arte? E como conhecemos uma obra de arte?
Ferret usa uma fundamentação racional para afirmar sua crença sobre o que é uma obra de arte. Ele nega que a aparência estética, a estrutura, a característica interna, sejam propriedades de uma obra de arte, assim como a emoção e a subjetividade possam definir a sua natureza. A obra de arte não esta subordinada a uma forma, uma condição ou uma regra. Apesar disso, ele afirma também, que todos esses aspectos e dimensões fazem parte de uma obra de arte, assim como são necessárias à sua garantia a posição no mundo e a institucionalidade humana .
O autor começa por negar que uma obra de arte seja algo que se defina por sua aparência ou propriedades estéticas ao mesmo tempo em que admite fazer parte dela assim como de qualquer outra coisa existente no mundo como uma característica parcial, a aparência é apenas ilusória, causa um juízo de fato, um sentimento de comoção e fascínio àquele que esteja diante de algo “se é verdade que a aparência é o sal da obra de arte, não é menos verdade que ela entra em linha de conta na identidade das obras de arte... nada nos permite afirmar que as obras de arte são reconhecidas pela sua aparência.”. Pintura, escultura, literatura, cinema e televisão dentre outras, são categorias das obras de artes. Mas não deve-se confundir categoria com identificação. Todos os objetos de arte tem uma aparência, são também estéticos pelo simples fato de existirem, mas, não é ela que os torna arte, sendo inútil defini-la somente por esse aspecto. Assim, pode-se dividi-los em simples objetos ou obra de arte, tudo isso depende de uma trama que envolve subjetividade, convenção, realidade e posição.
Em segundo lugar, Ferret afirma que a obra de arte não possui uma estrutura interna que a caracterize, não é composta de moléculas, não possui código genético nem número atômico que possam identificá-la, não é substancia nem possui essência, obra de arte é uma instituição humana portanto, não pode ter um conceito ontológico mas sim epistemológico. “Se nem a estrutura escondida nem as propriedades estéticas permitem estabelecer essa distinção, nada mais subsiste ao objeto.”
Em seguida ele diz que a noção de estética tem a função de suscitar emoções, porém essa vocação não é uma propriedade perceptível na obra de arte, qualquer coisa no meio de um lote de objetos anônimos pode ser ou não considerado objeto de arte, essa dificuldade cética é contraria aos fatos reais, pois, no cotidiano, “todos sabemos identificar uma escultura de Rodim e uma bola de neve” existe uma contradição cética na impossibilidade de considerar um objeto de arte no meio de um lote de objetos anônimos e que qualquer pode identificar uma obra de arte, o problema é compreender quando uma coisa pode ser ou não uma obra de arte. “O que esta em questão não é a diferença entre os juízos e os fatos, mas a diferença entre as propriedades intrínsecas e as propriedades extrínsecas:”. Obra de arte não tem uma natureza própria, depende do contexto social e envolvimento cultural, do posicionamento no mundo. Um objeto não é obra de arte, mas sim considerado e posicionado como tal. Extrair o ser do não ser, criação humana, depende da posição e exposição, do contexto cultural, temporal e espacial, ou seja da sua colocação no mundo.
Outro ponto é que o grau de perfeição de uma obra, depende da sua exposição ao longo de sua duração. “Se a Gioconda tivesse ficado ao longo dos séculos num celeiro, tratar-se-ia por definição (...) do mesmo objeto que conhecemos. Porem, se esse objeto não tivesse se beneficiado da exposição no Louvre, não se trataria da mesma obra de arte.”. por um lado, se Leonardo tivesse utilizado outro material para Gioconda que conhecemos hoje ela seria a mesma, por outro lado se um autor desconhecido fizesse uma Gioconda com o material original que foi feita ela não seria a mesma, seria semelhante e diferente. “As obras de arte mais do que qualquer outro objeto, não resistiriam ao desafio da lógica da identidade.”. Obras de arte não são entidades impostas, elas possuem um estatuto imaginário.