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segunda-feira, 7 de março de 2016

REFLEXÃO SOBRE O BRASIL ATUAL ©

A realidade da sociedade brasileira hoje se compara ao protagonismo geopolítico instituído no início do século XX, agravada pela intolerância e o ódio contra as minorias.

 

A rivalidade de um povo "pacifista", até então considerado globalmente como "alegre e festivo", e internamente tolerante à submissão e opressão imposta pelos oligarcas fascista de plantão, que dissimulam e manipulam o conhecimento e a informação ao bel prazer, expõe as mazelas de uma sociedade ignorante e prepotente.


Uma parcela desses oprimidos estão alienados, e são cooptados pelo falso discurso da meritocracia, acreditando na possibilidade de galgarem degraus, e ingressarem na classe dominante, eles vivem uma vida inteira no sonho, sem sequer alcançá-la. Inconscientemente, ou não, estão a disposição daqueles que se mantêm no poder, como escudo protetor contra seus pares.


Usam uma retórica de ódio e destruição (quando não a praticam), contra todos os que não se encaixam no paradigmas de sociedade que defendem, impondo-lhes suas "convicções" sem ao menos respeitar o contraditório.


Essa luta de classes tem origem na colonização, passando pelo Império, pela República, pela ditadura, persistindo até a pseudo democracia nos dias atuais. Portanto, ela pode ter tido inicio, porém, não tem dono. Em alguns momentos essa tensão se mostra acirrada, em outros, subjetivada e com um aspecto pacifista, entretanto, nunca deixou de existir.


Ao longo dos últimos cinco séculos, a burguesia tem mantido seu domínio através das instituições financeiras, políticas, econômicas, jurídicas, religiosas e culturais do país.


Os Estados nacionais, corporações e governos surgidos desde o período pós guerra fria, nos deixou como exemplo que: só quem ganha nos momentos de crise política e economica, são aqueles que controlam o grande capital, eles sim, sabem como proteger o seu patrimônio e concentrar ainda mais renda.


A próxima revolução não será da esquerda contra direita, do capital contra o trabalho, mas sim uma revolução cultural. O jogo do xadrez está sendo movimentado para o lado do conhecimento, a manipulação educacional e da informação está criando um mar de pessoas alienadas e submissas, através do controle de suas mentes, desejos e vontades, impondo-lhes padrões de crenças e valores com ações efêmeras e fugazes possibilitando o surgimento de uma "sociedade líquida" como dizia Bauman. 


Em uma reflexão imparcial e isenta, vislumbra-se um futuro imprevisível e sombrio para a fragilizada democracia brasileira, com risco de se tornar uma aristocracia degenerada, como diria Aristóteles, ou ainda pior, uma teocracia fascista.


Ulisses Pavinič

Professor, Filósofo e Ator. 

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