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sábado, 14 de fevereiro de 2015

Existe Lei de Causa e efeito

Artigo de Riis Rhavia Assis Bachega¹ A ideia de que eventos tem sua existência condicionada a eventos passados é muito forte na história do pensamento ocidental, com muitas implicações para a vida cotidiana, para filosofias metafísicas e esotéricas, assim como para a ciência. Então se cunhou a chamada Lei da Causa e Efeito, enunciada como: Todo evento ou objeto na natureza os quais chamamos de efeitos tem a sua razão de existência em eventos e objetos passados os quais chamamos de causas, todo efeito tem uma causa. Esta ideia é tão dominante que já está incorporada em nosso vocabulário. Expressões como “por causa de”, “por que”, “segue-se que”, e outras evidenciam o raciocínio causal inerente a nossa linguagem. Escolas de pensamento metafísicas e esotéricas, entre as quais se destaca a aristotélico-tomista entendem a causalidade como uma propriedade inerente ao mundo físico, uma lei da natureza, a sacrossanta “lei da causa e efeito”. Na filosofia de Aristóteles (394-322 A.C.) a ideia de causa é central, tanto que ele classifica as causas em quatro tipos: causa material (do que é feito o objeto), causa eficiente (o que faz o objeto), causa formal (qual a forma do objeto) e causa final (propósito com o qual o objeto foi criado). Como não poderia haver uma sequencia infinita de causas, deveria haver uma causa primeira ao qual Aristóteles chamou de “primeiro motor imóvel” e mais tarde São Tomás de Aquino (1225-1274) iria identificar com o Deus cristão. Vemos aí como a lei de causa e efeito é o pilar central do argumento cosmológico para a existência de Deus: Se tudo tem uma causa, logo o universo deve ter uma causa e essa causa chamamos de Deus. Mas será mesmo que a lei de causa e efeito é uma lei da natureza, assim como as leis de Newton ou a lei da conservação da energia? Ela é inerente ao universo como alegam as escolas de pensamento metafísicas e esotéricas? A ciência depende do princípio da causalidade? Procurarei mostrar nesse texto que a resposta para todas essas perguntas é não! Comecemos pela ideia de que a lei de causa e efeito se trata de uma lei da natureza assim como as demais leis. O que caracteriza uma lei da natureza é a nossa capacidade de testá-la empiricamente. Veja o exemplo da lei de Boyle para os gases perfeitos que diz que a pressão de um gás é inversamente proporcional ao volume. Podemos testá-la para qualquer gás que consideramos como aproximadamente perfeitos, e verificar (ou melhor, tentar falsear, mas isso fica para outra discussão) sua validade a partir de dados quantitativos. Como isso? Variando a pressão e verificando que o volume varia de maneira inversa, ou o contrário. Mas isso não vale para nossa lei de causa e efeito, a qual longe de ser uma lei que pode ser testada empiricamente ela é uma tautologia, ou seja, um raciocínio que as premissas validam automaticamente as conclusões, em outras palavras, uma redundância. Veremos como: Ao nos depararmos com um evento ou objeto, já tentamos procurar causas para esse evento ou objeto, se conseguirmos descobrir a causa, ótimo, caso contrário se diz que a causa é “desconhecida”, mas nunca se aventa a ideia de que não exista causa. Portanto, o raciocino causal é um raciocínio circular. Ao assumirmos que “todo acontecimento tem uma causa” e “aconteceu alguma coisa aqui”, deduzimos “que o que aconteceu aqui tem uma causa”. Então vemos que a lei de causa e efeito ou princípio da causalidade, como você preferir chamar, não se trata de uma lei da natureza que podemos verificar empiricamente, mas antes um princípio metafísico pelo qual entendemos a sequencia dos eventos que observamos. Vamos à segunda questão: o princípio da causalidade é inerente à natureza, sendo o princípio que revela o quão o nosso universo é ordenado e racional, implicando assim em uma mente que tenha ordenado o universo? Tal alegação das escolas de filosofia metafísica e esotéricas já recebeu diversas críticas, entre as quais não podemos deixar de destacar aquelas deferidas por David Hume (1711-1776). Hume mostra brilhantemente como o pensamento causal não advém de princípios lógico-racionais, mas é mero fruto do hábito e costume. De tanto vermos eventos se sucedendo repetidas vezes, nos habituamos a entendê-los como casualmente conexos. Por exemplo: acendemos o fogo e sentimos calor, logo a causa da sensação de calor é o fogo; deixamos um copo cair e ele se quebra, logo a causa da quebra do copo é temos o deixado cair. Mas o que nos garante que esses eventos sempre se sucedem desta maneira, que sempre que acendermos o fogo iremos sentir calor, que sempre que deixarmos o copo cair ele irá se quebrar? Não existe nenhum raciocínio lógico que nos garanta que esses eventos citados sempre irão se suceder desta maneira, que sempre foi assim no passado e que será assim em todo lugar. O que temos é a expectativa de que ao acendermos o fogo sentiremos calor, ou de que deixarmos o copo cair ele irá se quebrar, e essa expectativa é criada a partir do hábito de vermos repetidas vezes esses eventos se sucederem da maneira descrita. Não há nada de racional no pensamento causal, ele é meramente fruto do hábito e, portanto não faz sentido dizer que ele é inerente ao universo, apenas uma maneira como nossa psique entende o mesmo. Vamos à última questão, que será a mais demorada: a ciência depende do princípio da causalidade? Uma resposta provisória é que a principio sim. A teoria mais bem sucedida da história da ciência, a mecânica Newtoniana é assentada sobre o princípio da causalidade. A segunda lei de Newton ou lei fundamental da dinâmica nada mais é do que uma lei de causa e efeito. Ela é escrita da forma , e diz que a ação de uma força resultante sobre um corpo (causa) produz uma variação no estado de movimento do mesmo (efeito). Conhecendo todas as forças que agem sobre um corpo e as condições iniciais (posição e velocidade inicial) podemos resolver a equação e conhecer com exatidão a trajetória deste e assim prevê estados futuros. Com isso a ideia de causalidade fica atrelada a ideia de determinismo. Temos então uma situação que deixou Hume muito desconfortável: Ele havia mostrado que a ideia de causalidade não é racional, mas apenas fruto do hábito, no entanto, a mecânica Newtoniana tida na época como o suprassumo da razão e que havia sido muito bem sucedida em explicar uma série de fenômenos era assentado sobre um princípio de causalidade. Como sair desse impasse? A resposta é que causa e efeito não é uma conclusão da ciência, mas um pressuposto desta. No entanto, ela é um pressuposto que admite outros pressupostos. O primeiro deles é a de uma linearidade nos eventos. Vemos os eventos A e B se sucedendo linearmente e estabelecemos relação causal entre eles, chamando A de causa e B de efeito. Porém, para fenômenos cíclicos – e há muitos deles na natureza – essa ideia fica mal posta, uma vez que em um ciclo qualquer evento pode ser tomado como inicial e este coincide com o final. Vejamos o exemplo do ciclo da água: podemos perguntar o que causa a chuva. A resposta é as gotículas de água que precipitam na atmosfera. E o que causa as gotículas de água? A água que evapora do solo que precipita com a chuva. Ou seja, qualquer um pode ser tomado como causa e como efeito, eles se confundem e a ideia de causalidade fica mal posta em se tratando de fenômenos cíclicos. Outro pressuposto é que pra falarmos em causa, é necessário de falar em agentes causais. Na mecânica Newtoniana isso fica muito bem posto, no caso são as forças que atuam sobre o corpo. Mas na termodinâmica isso se perde, uma vez que tratamos de sistemas com um número muitíssimo grande de partículas, tal como um gás ou um sólido. Para esses sistemas, conhecer todas as forças que agem em cada partícula que os compõem é do ponto de vista prático totalmente inviável. Então substituímos a abordagem assentada sobre o princípio da causalidade para uma abordagem assentada sobre o principio da descritibilidade. A segunda lei da termodinâmica que pode ser enunciada da forma “o calor sempre flui do corpo de maior temperatura para o de menor temperatura”, em nada lembra a segunda lei de Newton, pois esta fala em obter estados futuros a partir do conhecimento das causas e condições iniciais, enquanto a segunda lei da termodinâmica apenas descreve uma tendência estatística que sistemas físicos se comportam. O calor até poderia fluir do corpo de menor temperatura para o de maior temperatura, no entanto isto é do ponto de vista estatístico tão improvável, que nuca se viu acontecer tal fenômeno. Reiterando, a termodinâmica ao contrário da mecânica Newtoniana não entende os sistemas a partir de um princípio de causa e efeito, apenas descreve estatisticamente como ele se coporta. Outro pressuposto do princípio da causalidade é o de uma assimetria entre causa e efeito. O efeito depende da causa, mas a causa nunca dependerá do efeito, e isso se percebe claramente na lei fundamental da mecânica, a segunda lei de Newton: a aceleração que depende da força, nunca o contrário. No eletromagnetismo o que temos é uma simetria, pois suas leis fundamentais, as equações de Maxwell são simétricas. Elas nos dizem que uma variação no campo magnético produz campo elétrico e vice-versa. Dessa maneira, é perfeitamente possível entender o campo magnético como “causa” do campo elétrico e o campo elétrico como “causa” do campo magnético. Quem é causa e quem é efeito é uma questão que não fica clara. Novamente a ideia de causa e efeito está mal posta, portanto não é um princípio de causa e efeito que está por trás das leis do eletromagnetismo, pois elas são simétricas. Novamente o que temos é o princípio da descritibilidade. E o pressuposto principal que contradiz ao raciocínio “tudo tem uma causa, logo o universo tem uma causa” é o da temporalidade. Para falarmos em sucessões de causas e efeitos, temos de admitir a sucessão temporal entre o que classificamos como causas e como efeitos. A noção de causalidade está submetida à noção de temporalidade, tanto é que no contexto da relatividade geral de Einstein, a maneira como se dá a relação causal entre eventos, ou seja, quais eventos podem ter conexão causal entre si e quais não, são dados pela geometria do espaço-tempo em questão, a isso se chama estrutura causal do espaço-tempo. E como isso implica no argumento cosmológico para a existência de Deus? Implica que é a causalidade que está submetida ao espaço-tempo, e não o contrário, e falar que o universo necessita de uma causa significa falar que o espaço-tempo precisa de uma causa, o que não faz sentido. Vimos que embora esteja fortemente presente na mecânica Newtoniana (o que não é de se surpreender, afinal a Europa estava recém-saída da Idade Média e o Tomismo ainda era forte), o princípio da causalidade perde força no decorrer do desenvolvimento da ciência, principalmente no contexto da termodinâmica e do eletromagnetismo e dá lugar ao princípio da descritibilidade. As leis não são mais enunciadas na forma “A causa B”, mas sim da forma “A evolui no tempo para B e essa evolução é descrita pela seguinte equação diferencial…”. Nem vou entrar no mérito da mecânica quântica em que não conseguimos falar de causas e determinação de estados futuros, apenas em probabilidades de obter esses estados. Ainda há uma discussão nesse âmbito, se o que há na mecânica quântica é indeterminismo ou incausalidade, ou as duas coisas. O certo é que mesmo no contexto da física clássica o princípio da causalidade perde um pouco da sua força, e, portanto ele não é tão fundamental assim para a ciência como se alega. E mesmo que se enunciem as leis da natureza da forma “A causa B”, elas já seriam leis de causa e efeito, portanto não faria sentido falar em uma “lei da causa e do efeito” que junto com as outras leis da natureza regeriam o universo. Ela é um princípio metafísico, não algo inerente ao mundo como alegado por escolas metafísicas e esotéricas, mas que tem sim enorme utilidade tanto na vida cotidiana como na ciência (muitas vezes obtemos soluções matemáticas para problemas físicos e as descartamos a priori por que violam o princípio da causalidade). Para terminar, cito David Hume que soube dar o devido valor a sacrossanta “lei da causa e efeito”, ao reconhecer sua utilidade prática. O costume é, pois, o grande guia da vida humana. E este o princípio que, sozinho, torna nossa experiência útil…Sem a influencia do costume, deveríamos ficar inteiramente ignorantes de qualquer matéria de fato que fosse além do que está imediatamente preso a memória e aos sentidos. ¹ Riis Rhavia Assis Bachega é graduado em física pela Universidade Federal do Pará e atualmente é mestrando da Universidade de São Paulo.

domingo, 25 de janeiro de 2015

Editorial jornal Alô Alô Dom Rodrigo nº 14 ©

EU E O OUTRO •Quem é o outro para você? •Podemos tratar todas as pessoas da mesma maneira? Por quê? •Em que sentido nós precisamos em do outro? •Você se sente influenciado por outras pessoas? Como? •Quem nós devemos ver nas pessoas que caminham ao nosso lado? •Que compromisso devemos ter para que o outro cresça, se sinta importante, amado? Viver é conviver, é relacionar-se, somos seres de relação, somos incompletos e inacabados, buscando dar respostas aos desafios, às questões de seu contexto, os seres humanos constroem conhecimentos. Nós somos incompletos porque sem o outro não existimos, não há sentido em pensar ‘eu e o mundo’, é preciso pensar ‘eu como um pedaço do mundo’. Somos incompletos porque não existimos sem a relação, sem aquele com quem nos relacionamo. Somos incompletos porque somos parte de um todo dinâmico, mas também somos incompletos porque somos um fluxo: nós indivíduos; nós espécie; nós vida. Ao deparar com um problema, os seres humanos se questionam e questionam outros seres humanos. Pesquisamos, buscamos respostas possíveis para solucionar o desafio que está a nossa frente, testamos hipóteses, confirmamos, reformulamos, negamos, abandonamos, retomamos. Por meio desse movimento, realizamos o esforço da aprendizagem para construir o saber, estas respostas às experiências que vão se acumulando, associadas a conhecimentos anteriores, amplia e constrói novos conhecimentos, novos saberes, e constituem o conhecimento de um indivíduo ou de um grupo, construindo uma nova realidade. A cada solução, novos problemas se impõem, e, nessas relações se fazem história, se cria cultura. Todos os seres humanos, de alguma forma, agem e buscam respostas para suas necessidades, por isso, não há ser humano vazio de conhecimento, vazio de cultura, há graus e níveis de conhecimento e saberes diferenciados, portanto, não há quem nada saiba! SANTANA, Ulisses da Silva

Editorial jornal Alô Alô Dom Rodrigo nº 10 ©

O QUE NOS TORNA HUMANOS?
O que significa ser “humano”? Qual a razão da crença de que somos humanos? O motivo que nos torna verdadeiramente diferente dos outros animais é a capacidade de comunicação interpessoal, de criação e transformação.
Humanidade é uma forma de ação racional, de convivência harmônica com interdependência.
Como podemos Imaginar um mundo sem o outro? Um mundo subjetivo? -O "Eu", torna-se invariavelmente o "outro"-. O outro é muito mais presente, mais real, ele esta dentro de nós, pois, em todo instante nos tornamos o outro para aqueles que nos cerca.
Vivemos em uma circularidade, onde todas as nossas ações de uma maneira ou de outra reflete em nossas vidas, fazendo com que essa intrincada teia de relacionamentos integre a vida do ser humano tornando necessária a discussão sobre ética, porque a dimensão ética começa quando entra em cena o outro.
Agir eticamente pressupõe fazer aos outros aquilo que desejamos para nós mesmos. "A toda lei moral ou jurídica, regula relações interpessoais, inclusive aquelas com um outro que a impõe.” (ECO, 2002: 9).
Tem-se falado em humanização no ambiente de trabalho. Mas o que é humanização? E... para que serve? Humanizar significa respeitar o trabalhador enquanto pessoa, enquanto ser humano. Significa valorizá-lo em razão da dignidade que lhe é intrínseca, do mesmo modo, devemos tratar todos aqueles que interagem conosco cotidianamente.
Mas então porque houve a necessidade de se criar uma política de humanização para humanizar o que é “humano”?
Os valores humanos evoluíram de maneira inversamente proporcional ao progresso cientifico e tecnológico, ao tempo em que os laços familiares foram sendo destruídos, refletindo assim em todas as relações sociais. Instituições humanas foram colocadas acima dos valores morais e éticos, a economia controla as grandes decisões e em parte as pequenas, as pessoas são considerados engrenagem desse processo ou são simplesmente esquecidas.
Tem-se falado em humanização no ambiente de trabalho. Mas o que é humanização e para que serve? Humanização é pensar e agir de maneira que possamos sentir a necessidade dos outros, é esparramar e fortalecer as virtudes humanas, elevando-as ao mais alto grau, é doar um pouco daquilo que nós também desejamos, um pouco de nós mesmos todos os dias aos outros também.
Assim, todo ser humano poderá exercer a liberdade de se realizar plenamente no sentido da sua verdadeira existência.
O fortalecimento dos princípios do SUS: Universalidade; Integralidade; equidade; foram algumas das fontes de inspiração para a criação dessa política, no entanto, o tratamento desigual a todas aquelas pessoas que estão do "outro lado" ainda permanece presente.
As trocas de favores, a relação com pessoas como se fossem objetos, a falta de compromisso, a ação individual, nos colocam cada vez mais longe do humano "racional" e mais próximos dos animais "irracionais”.

SANTANA, Ulisses da Silva

Ética e Moral ©

Responda com sinceridade: Você sabe o que é ética? e moral? Você é um profissional ético? A ética ao longo do tempo teve vários significados dependendo do contexto histórico do ponto de vista e do interesse de quem o definiu, no entanto vamos nos ater ao que interessa. (Ética nas empresas). A palavra é um termo grego, já a moral tem origem latina e o sentido semelhante, significando o padrão de conduta seguido por um indivíduo ou sociedade em cada época e em cada civilização. A ética não complementa a moral nem estabelece normas ou regras, ela fundamenta a base moral e faz uma reflexão sobre o ato moral, e ao mesmo tempo julga as ações individuais e coletivas, e está diretamente relacionada aos modos e costumes. Já a moral, segue as regras e normas sociais estabelecidas por um povo ou nação. O agir ético é livre, o agir moral é obrigatório. Agir eticamente nem sempre é agir moralmente. Em ética os fins nem sempre justificam os meios. Vejamos uma situação: “–você vive na Alemanha nazista, tem um amigo judeu e seu amigo esta em sua casa. Um soldado de Hitler bate a sua porta e pergunta se está escondendo algum Judeu, o que você faria?”: 1º - Se entregasse o Judeu, estaria agindo em conformidade com as Normas morais daquele povo; 2º - Se escondesse o amigo, este ato estaria em conformidade com a consciência ética. A preservação da vida deve ser elevada como o primeiro principio ético. Quantas vezes levados por algum impulso incontrolável ou por alguma emoção forte (medo, orgulho, ambição, vaidade, covardia), fazemos alguma coisa de que depois sentimos vergonha, remorso, culpa, gostaríamos de voltar no tempo e agir de modo diferente. O executivo e professor da USP Robert Henry Srour, afirma que ser ético nada mais é do que agir direito, proceder bem, sem prejudicar os outros. "É ser altruísta, é estar tranqüilo com a consciência pessoal". Maria Cecília Arruda, afirma que em alguns casos, no entanto, as questões éticas esbarram em princípios jurídicos. "Nessa situação, as pessoas devem recorrer às leis que regem a convivência em sociedade antes de tomar a decisão". Agir corretamente não é só uma questão de consciência, mas um dos quesitos fundamentais para quem quer ter uma carreira longa, respeitada e sólida. Além disso, o agente deve exercer suas atribuições com prudência, decidindo o que é possível e desejável, aspirando ao bem, à felicidade e a perfeição. A consciência ética não se limita aos nossos sentimentos morais, mas se referem também a avaliações de conduta que nos levam a tomar decisões por nós mesmos, agir em conformidades com elas, e a responder por elas perante os outros. SANTANA, Ulisses da Silva

Editorial Jornal: Alô Alô Dom Rodrigo nº 4 ©

O que expõe e comprova as diferenças entre os seres humanos e animais é o senso ou razão, ou seja, o poder de julgar e distinguir bem o verdadeiro do falso. No entanto existem muitos outros fatores que moldam a ação humana e que determina que sejam mais ou menos razoáveis, e embora não haja uma dependência direta com o bom senso, ainda assim a ação humana esta vinculada a ele. Os caminhos, as escolhas e as formas de aplicá-las que cada pessoa toma na vida, são modeladores da personalidade revelados através do comportamento. “aqueles que só caminham muito lentamente podem avançar muito mais, se seguirem sempre o caminho certo, do que os que correm e dele se afastam. Descartes. Todos os indivíduos acreditam estar providos de razão (pensamento, prontidão, imaginação, memória...), cada pessoa tem seus pontos de vista, valores, crenças, desejos, sentimentos que iguala a forma e a natureza humana. Como não podemos medir esses sentimentos nos outros, mas somente em nós mesmos, assim também a razão e o bom senso não podem ser medidos. Possuir um espírito bom não é determinante para ter atitudes boas. “As maiores almas são capazes dos maiores vícios assim como das maiores virtudes:” Idem. Sendo assim, acredito que o bom senso ou razão está bem distribuído no mundo, e, é por natureza, inteiramente igual em todos os seres humanos, basta usá-lo de forma racional que os resultados sempre serão positivos. “Um só individuo não pode mudar o mundo, porem pode mudar a si mesmo. E se todos resolverem mudar, por conseguinte juntos mudarão o mundo.”. SANTANA, Ulisses da Silva

O Paradoxo do Nosso Tempo

Boa reflexão... Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente. Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver, adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho, conquistamos a espaço, mas não o nosso próprio, fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma, dominamos o átomo, mas não nosso preconceito, escrevemos mais, mas aprendemos menos, planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não, a esperar. Estamos na era do 'fastfood' e da digestão lenta, do homem grande de caráter pequeno, lucros acentuados e relações vazias. Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas', um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa. Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'. Lembre se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre, lembre se dar um abraço carinhoso num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer. Lembre se de dizer'eu te amo' à sua companheira(o), e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame... se ame muito. Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro, por isso, valorize as pessoas que estão ao seu lado, sempre. George Carlín Adaptado.

O NÃO SER ©

Há momentos que eu precisava não ser eu mesmo, e sim, ser o outro "eu" ser o "eu" do outro, de uma maneira tal, que não interferisse negativamente na energia vital. Quem sabe, pudesse ser um fluxo flexível mutante e adaptável!!! Transpondo energeticamente as barreiras criadas pelos seres com quem estabeleço conexões durante a minha jornada. Suprindo os desejos de modelos e padrões humanos preestabelecidos, que são constantes na subjetividade. Assim..., então, poderia me aproximar mais da tão exigida e sonhada perfeição. Ulisses Pavinič

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Sentimento Solitário! ©

Você chegou tão docemente, enchendo a primavera de cores mil, Iluminando os olhares do coração. Você foi se abrindo aos poucos, como um desabrochar de botão, se transformando em flor. Você se entregou sutilmente, silenciosa! Como a brisa suave, causando alegria em melodias sonoras. Quando percebi, seu encanto transformou meu ser, fui sendo envolvido. Não havia outra saída, a não ser te conhecer, fiquei tomado por completo. Aquilo foi crescendo, o que era eterno se tornado infinito... Tudo estava muito lindo, sentia um prazer imenso, uma alegria de viver. Parecia que nada aconteceria ou pudesse estragar aquele sentimento. Foi então que um dia, a ilusão acabou, acordei daquele sonho que sonhava só. E aos poucos, os tijolos das paredes foram caindo, revelando seu interior, pesado e sombrio. As cores voltaram a sua rotina, a alegria escureceu. Sentimento solitário fez o coração emudecer. Rosas se fecharam em botões, trazendo de volta as estações. Nesse instante, pude perceber que história permanecia inalterada como no primeiro dia. E que a vida seguia seu destino, ao acaso, docemente suave, sem rumo nem prumo. Ulisses Pavinič

O Nada é Tudo... ©

Sempre que penso em não pensar, já estou pensando. Às vezes até tento ficar um instante sem pensamento. Mas não consigo pensar em nada. Pois, nada foge ao meu pensamento. Por esse motivo, penso que o nada também é tudo. Tudo e nada são graus diferentes da mesma energia. Só conheço o "tudo" por causa da existência do seu oposto: o "nada". Se não existisse nada, o tudo não teria significado nem mesmo sentido. Por isso, penso quase tudo quando quero pensar em nada. Ulisses Pavinič