Se findar-lhes a água para beber, teu choro matará tua sede.
Se lhes afanarem tua sede, ainda remanescerá a tua lágrima.
Se lhes furtarem as lágrimas, do teu sorriso fará teu sustento.
Se lhes arrancarem o sorriso, sobrará para ti o alimento.
Se lhes tirarem o alimento, restará a ti a fome de justiça.
Se lhes privarem da fome, persistirá para ti a imparcialidade.
Se lhes proibirem o exercício do direito, ainda terá a razão ao teu lado.
Se lhes saquearem o raciocínio, permanecerá tua forças para lutar.
Se lhes assaltarem as forças, tu perseverá na batalha.
Se lhes sucumbirem na batalha, teu suor nutrirá tua esperança.
Se lhes roubarem essa esperança, tu encontrará uma luz a te guiar.
Se lhes desproverem da luz, tu ficará com o guia.
Se lhes desviarem o guia, aparecerá a ti um caminho nas trevas.
Se lhes extraviarem do caminho, tu continuará na tenebrosidade.
Se lhes usurparem a escuridão, nesse instante tu poderá voar.
Se ainda assim lhes cortarem as asas, deverá construir um refúgio dentro de ti.
Se não lhes permitirem o abrigo interior, chegará para ti o momento da escolha.
Se já não lhes deixarem mais escolhas, tu encontrará na solidão o vazio da desilusão.
E, quando tudo não fizer mais sentido para ti, nesse instante conhecerá a razão da existência.
Ulisses Pavinič
Professor, Filósofo e poeta
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